Conflito curdo-iraniano

Conflito curdo-iraniano

Combatentes curdos iranianos.
Data 1918–presente[1] [2]
(fase principal 1943[3][4]-1996/presente[3])
Local Curdistão iraniano
Desfecho em andamento
  • Várias revoltas curdas suprimidas
  • Tentativa fracassada em 1946 de estabelecer um estado curdo
  • Repressão política de associações curda no Irã[5]
  • Cessar-fogo entre o Irã e o PJAK estabelecido em setembro de 2011, porém os combates recomeçariam em 2013.
Beligerantes
Irã Estado imperial do Irã

Irã Conselho da Revolução Islâmica

Tribos Shikak

KDP-I
Komalah
União dos Militantes Comunistas
IPFG
Mujahedin e-Kalq


PJAK
Comandantes
Irã Reza Shah Pahlavi

Irã Mohammad Reza Shah Pahlavi
Irã Ali Razmara


Irã Ruhollah Khomeini
Irã Abulhassan Banisadr
Irã Mohsen Rezaee
Irã Ali Sayad Shirazi

Irã Sadegh Khalkhali
Simko Shikak

Qazi Muhammad (Executado)
Mustafa Barzani
Ahmed Barzani
Abdul Rahman Ghassemlou
Ahmad Moftizadeh
Mansoor Hekmat
Ashraf Dehghani
Massoud Rajavi


Haji Ahmadi
Majid Kavian  

Murat Karasac  
15 000 – 58 000 mortos

O separatismo curdo no Irã[6] ou conflito curdo-iraniano [7][8] é uma disputa contínua[1][3][6][9] de longa duração entre a oposição separatista curda no oeste do Irã e os governos do Irã,[6] persistindo desde a emergência do Reza Pahlavi em 1918. [1]

As primeiras atividades separatistas dos curdos nos tempos modernos referem-se as revoltas tribais na atual província do Azerbaijão Ocidental do Estado Imperial do Irã, impelidas entre as duas guerras mundiais - a maior destas seriam lideradas por Simko Shikak, Jafar Sultan e Hama Rashid. Muitas, no entanto, dariam o ponto inicial ao separatismo político-nacionalista organizado pelos curdos a 1943, [3] quando o Komalah e pouco tempo depois o Partido Democrático do Curdistão Iraniano (KDPI) começariam suas atividades políticas no Irã, com o objetivo de ganhar o autogoverno parcial ou completo nas regiões curdas. A transformação da luta política tribal para curda no Irã ocorreu na sequência da Segunda Guerra Mundial, com a ousada tentativa separatista do Partido Democrático do Curdistão Iraniano de estabelecer a República de Mahabad durante a crise iraniana de 1946. [3] A tentativa, apoiada pelos soviéticos, de estabelecer um Estado curdo na região ocidental do Irã fracassou. [3][10] Mais de uma década depois, insurreições tribais periféricas [3], empreendidas com o apoio do KDPI durante os anos 1966-1967, nas regiões curdas sofreram um duro golpe. No episódio mais violento do conflito, mais de 30.000 curdos morreram na rebelião de 1979 e consequentemente na insurgência do KDPI. [11] Embora a luta armada do KDPI encerrasse no final de 1996, uma outra organização armada curda surgiria no Irã no início dos anos 2000. A insurreição liderada pelo Partido por uma Vida Livre no Curdistão (PJAK) no oeste do Irã foi iniciada em 2004 e está em curso até hoje. [12]

O governo do Irã nunca utilizou o mesmo nível de brutalidade contra os seus curdos como fez a Turquia ou o Iraque, mas sempre foi implacável contra qualquer sugestão de separatismo curdo. [13] Ao contrário de outros países do Oriente Médio com populações curdas, há fortes laços etnolinguísticos e culturais entre os curdos e os persas enquanto povos iranianos. [13] De acordo com Kreyenbroek, muitos curdos no Irã têm demonstrado falta de interesse no nacionalismo curdo [13], especialmente os curdos xiitas, que até mesmo rejeitam energicamente a ideia de autonomia, preferindo o governo direto de Teerã. [13][14] A identidade nacional iraniana é questionada principalmente nas regiões periféricas dos curdos sunitas. [15]

  1. a b c Smith, Benjamin, «The Kurds of Iran: Opportunistic and Failed Resistance, 1918‐», Land and Rebellion: Kurdish Separatism in Comparative Perspective (PDF), Cornell, p. 10 .
  2. AYLIN ÜNVER NOI. The Arab Spring – its effects on the Kurds and the approaches of Turkey, Iran, Syria and Iraq on the Kurdish issue. Gloria Center. 1 July 2012. "There is a long history of tension between the Kurds and the government in Iran. This began with Reza Shah Pahlavi recapturing the lands that Kurdish leaders had gained control of between 1918 and 1922."; "Iran fears that the creation of a semi-autonomous state in northern Iraq might motivate its own Kurdish minority to press for greater independence. However, Iran’s concern about Kurdish separatism does not approach the level of Turkey’s concern. Still, there have been repeated clashes between Kurds and Iranian security forces" [1]
  3. a b c d e f g University of Arkansas. Political Science department. Iran/Kurds (1943-present). [2]
  4. [3]
  5. Iran: Freedom of Expression and Association in the Kurdish Regions. 2009. "This 42-page report documents how Iranian authorities use security laws, press laws, and other legislation to arrest and prosecute Iranian Kurds solely for trying to exercise their right to freedom of expression and association. The use of these laws to suppress basic rights, while not new, has greatly intensified since President Mahmoud Ahmadinejad came to power in August 2005." [4]
  6. a b c William Mark Habeeb, Rafael D. Frankel, Mina Al-Oraibi. The Middle East in Turmoil: Conflict, Revolution, and Change. ABC-CLIO publishing. P.46. [5]
  7. Bhutani, Surendra (1980), Contemporary Gulf, Academic Press, p. 32 .
  8. Near East, North Africa report, 1994 .
  9. Elling, Rasmus Christian (2013). Minorities in Iran: Nationalism and Ethnicity after Khomeini. New York: Palgrave Macmillan. ISBN 978-0-230-11584-2. OCLC 714725127 
  10. The Kurdish Warrior Tradition and the Importance of the Peshmerga (PDF), pp. 27–28, consultado em 31 de dezembro de 2015, cópia arquivada (PDF) em 29 de outubro de 2013 .
  11. Hicks, Neil (2000), The human rights of Kurds in the Islamic Republic of Iran (PDF), American, consultado em 31 de dezembro de 2015, cópia arquivada (PDF) em 7 de agosto de 2011 .
  12. Shifrinson, Itzkowitz JR, The Kurds and Regional Security: An Evaluation of Developments since the Iraq War (PDF), MIT, More indicative of the PKK’s growing power was its 2004 establishment of the Party for a Free Life in Iranian Kurdistan (PEJAK or PJAK) as a sister organization with the goal of fomenting Kurdish separatism in Iran by fostering Kurdish nationalism therein. .
  13. a b c d Kreyenbroek, Philip G.; Sperl, Stefan (1992). The Kurds: A Contemporary Overview. London; New York: Routledge. pp. 17–19. ISBN 978-0-415-07265-6. OCLC 24247652 
  14. Romano, David (2006). The Kurdish Nationalist Movement: Opportunity, Mobilization and Identity. Col: Cambridge Middle East studies, 22. Cambridge, UK; New York: Cambridge University Press. p. 240. ISBN 978-0-521-85041-4. OCLC 61425259 
  15. Abrahamian, Ervand (2008). A History of Modern Iran. Cambridge, U.K.; New York: Cambridge University Press. p. 195. ISBN 978-0-521-52891-7. OCLC 171111098 

From Wikipedia, the free encyclopedia · View on Wikipedia

Developed by Tubidy